domingo, 23 de junho de 2013

A VERDADE SOBRE O BRASIL

por Rodrigues Neto, NO BLOG Trocando em Miúdos:

Eu estava acordado quando FHC privatizou as principais empresas estatais brasileiras a preço vil como foi o caso da Vale do Rio Doce. Eu estava acordado quando na tentativa de privatizar a Petrobras, foi cometido o crime de lesa pátria terceirizando o possível e impossível de suas atividades. Em decorrência disso, aconteciam dezenas de acidentes continuamente, culminando com o naufrágio da P-36, maior plataforma do mundo, que levou para o fundo do Atlântico vários trabalhadores brasileiros. Eu estava acordado para ver que depois desse, como mágica cessaram os acidentes. FHC entregou o governo sem realizar seu sonho de privatizar a Petrobras, que queria transformar em PETROBRAX.

Eu estava acordando quando saiu o livro de Amaury Ribeiro, A PRIVATARIA TUCANA, denunciando todas falcatruas das privatizações da era FHC.
Eu estava acordado quando Lula assumiu um governo totalmente comprometido com o FMI e CLUB DE PARIS, com uma inflação de 13,75%, dívida externa de US$300 bilhões, sem reservas acumuladas em moedas estrangeiras, desemprego acima de 12,7%, indústria naval inexistente (dizer sucateada seria elogio), investimento zero na educação, investimento zero na saúde. Sem nenhuma obra de infra-estrutura em andamento, nem projeto sério sobre energia, deixando o país sem condição de crescer. Sim, eu estava acordado e de olhos bem abertos.

Eu estava acordado quando Lula cancelou encomendas feitas à Filipinas e Singapura de 8 plataformas e 16 rebocadores para a Petrobras. Eu estava acordado quando vi o resultado dessa medida, reativando vários estaleiros em Niterói, que passaram todo o governo FHC parados.
Eu estava acordado quando Lula conseguiu zerar nossas dívidas com o FMI e Club de Paris, e a partir daí passamos acumular reservas que chegam hoje, muito perto de US$400 bilhões.

Eu estava acordado quando Lula criou o Bolsa Família, que retirou milhões de famílias da miséria extrema, retirou milhões de crianças do trabalho infantil e prostituição infantil, e os colocou em salas de aula.
Eu estava acordado quando Lula e Dilma criaram cotas nas universidades para negros e pobres vindos das escolas públicas.

Eu estava acordado quando Lula criou o ENEM para tornar democrático o acesso de jovens às universidades. Eu estava acordado quando Lula e Dilma criaram, e vem criando, dezenas de universidades e centenas de cursos técnicos de nível médio. Eu estava acordado quando Lula e Dilma desenvolveram programas para levar milhares de jovens brasileiros a fazerem cursos nas melhores universidades do mundo.
Eu estava acordado quando Dilma tentou destinar os royaties do Pré-sal para a educação, e o congresso vetou.

Eu estava acordado quando Lula e Dilma criaram o Luz para todos, iluminando margens de rios na Amazônia, no Pantanal, no agreste, e outras regiões rurais em nível de pobreza extrema.
Eu estava acordado quando Lula e Dilma criaram o PAC que já construiu mais de um milhão de casas populares. Eu estava acordado quando Lula e Dilma começaram pelo PAC obras de infra-estruturas para dar ao país milhares de quilômetros de rodovias e ferrovias.

Eu estava acordado quando Lula e Dilma começaram pelo PAC a transposição de águas do São Francisco para levar água a vários estados do nordeste. Eu estava acordado quando Lula e Dilma iniciaram a construção e modernização de dezenas de portos e aeroportos com recursos do PAC.
Eu estava acordado quando todos analistas econômicos apontavam que o Brasil mergulharia numa crise sem precedentes, e apareceu LULA dizendo que para o Brasil, a crise seria apenas uma MAROLINHA. o resultado todos já sabemos: LULA estava certo.

Eu estava acordado quando Ministério da Saúde, por meio da portaria 1.864, criou, em 29 de setembro de 2003, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU/192. Para quem ainda não sabe o que é o SAMU:http://pt.wikipedia.org/wiki/Serviço_de_Atendimento_Móvel_de_Urgência; Eu estava acordado vendo pessoas morrendo nas ruas e CESAR MAIA não deixando que o 192 do SAMU fosse usado para não mostrar conquistas do Governo LULA.

Eu estava acordado quando a oposição no congresso, para limitar medidas do governo em favor da saúde, não renovou a CPMF que foi criada pelo brilhante Dr. Adib Jatene. Eu estava acordado quando o Brasil começou a produzir através da Fio-Cruz insulina para ser distribuída gratuitamente a diabéticos.
Eu estou acordado vendo o desemprego chegar ao nível mais baixo de nossa história, ao contrário do que acontece com a Europa do Euro, onde ele só cresce.
Eu estou acordado contemplando a indústria naval brasileira, hoje uma das maiores do mundo funcionando a todo vapor.

Eu estou acordado vendo a luta e conquistas de DILMA na área de obras de infra-estruturas para atender novas demandas criadas com a nossa expansão agrícola.
Eu estou acordando vendo milhares de jovens democraticamente tomando as ruas com protestos contra aumento de passagens e outras reivindicações.

Eu estou acordado de olho na mídia tentando cooptar esses jovens. Eu estou acordado, de olho nas manipulações do PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA.

O GIGANTE não acordou agora, a maior parte do Brasil há muito tempo já está acordada, talvez você esteja acordando agora. Lamento por você não ter acompanhado todas essas transformações.

sábado, 22 de junho de 2013

BRASIL PRÓXIMO DE UM NOVO GOLPE MILITAR

Nosso País está vivendo um momento de crise na sociedade parte protesto contra tudo e outra parte tem medo onde tudo isto vai para, acredito que estão pronto para assumirem o poder igual a época de 64 quando na crise deram o golpe com o apoio de parte da sociedade como o faz hoje, a mídia a direita e a elite torce para o clima esquenta ainda mais para justificarem a necessidade dos militarem assumirem o comando do país que pena podemos volta aos anos de chumbo do passado que fez tantas vitimas.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

MLP

MPL anuncia que não convocará novos atos em SP

Responsável por convocar os protestos que desencadearam uma série de manifestações em todo o país, o Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo anunciou que não repetirá o procedimento, devido a atos hostis contra militantes de partidos durante o ato que comemorou a revogação do aumento nas tarifas do transporte urbano na capital paulista. “O MPL não vai convocar novas manifestações. Houve uma hostilidade com relação a outros partidos por parte de manifestantes, e esses outros partidos estavam desde o início compondo a luta contra o aumento e pela revogação”, disse Douglas Beloni, integrante do movimento, em entrevista à rádio CBN. O MPL também mencionou como razão para não organizar novos atos o surgimento de pautas contrárias às defendidas pelo grupo. “Nos últimos atos pudemos ver pessoas pedindo a redução da maioridade penal e outras questões que consideramos conservadoras. Por isso suspendemos as convocações”, acrescentou Beloni.

MANIFESTAÇÃO NO BRASIL

Quem não gosta de partido é ditadura. Hora de escolher: ou dar as mãos aos skinheads neonazistas ou abraçar a tolerância e a democracia

Mário Magalhães
Nazifascistas brasileiros dos anos 1930, os integralistas também batiam em militantes de partidos
A mão intolerante que empunha o punhal é de um integralista
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
Como observado segunda-feira na passeata dos mais de 100 mil, os protestos populares em curso constituem terreno de ferrenha disputa política entre os próprios manifestantes (leia reportagem aqui). O confronto degringolou ontem, na despedida do outono. No país inteiro, militantes portando bandeiras, estandartes e símbolos de partidos políticos, centrais sindicais, entidades estudantis e movimentos sociais foram escorraçados por uma turba intolerante.
Em São Paulo, os principais executores dessa modalidade de repressão política foram os skinheads, os “carecas” neonazistas. Botaram para correr quem vestia camisa vermelha, rasgaram bandeiras de agremiações e arrancaram faixa do movimento negro. São racistas e homofóbicos. No Rio, essa turma agride, fere e mata gays.
Na Noite dos Cristais, em 9 de novembro de 1938, a escória nazista atacou os judeus por toda a Alemanha, insuflada por Adolf Hitler. No dia 20 de junho de 2013, foi a vez de ativistas de esquerda serem o alvo, no Brasil.
Não está em debate o mérito do partido X ou Y, no governo ou na oposição, menos ou mais comportado. Nem se um sindicato representa dignamente ou não seus filiados. Ou mesmo se os imensos protestos resultam de força ou fraqueza de uma ou outra sigla _as opiniões são legítimas sobre todas essas questões. O que se discute é o direito democrático de seus integrantes participarem das manifestações.
Desde os primeiros atos do Movimento Passe Livre, duas semanas atrás, os partidos tiveram direito de estar presente. No Rio, foi assim há quatro dias. Se outros chegaram ontem, é também seu direito, porque inexiste veto dos organizadores dos protestos, onde se sabe quem são eles.
Como se disseminou um robusto sentimento antipartidos, sobretudo na classe média, os neonazistas capitalizam frustrações e comandam os ataques. É legítimo rejeitar siglas, tomar distância delas e derrotá-las nas urnas. Impedir sua expressão é mania de ditaduras.  Além de ser irônico que determinadas agremiações, cuja militância foi decisiva na construção do movimento contra o reajuste das tarifas, sejam agora reprimidas.
Não deixa de ser curioso: quem protesta contra algumas covardias policiais agride covardemente quem não concorda com suas ideias. A faixa “Meu partido é meu país” é tão legítima como a do partidinho mais mequetrefe. Todos têm direito de se manifestar.
Em 1935, o presidente Getulio Vargas colocou na ilegalidade uma frente de esquerda, a Aliança Nacional Libertadora. Com o golpe de 37, instaurando a ditadura do Estado Novo, baniu o centro, a direita e a extrema direita. Em 47, a Justiça cassou o registro do PCB, e no ano seguinte seus parlamentares, eleitos pelo voto popular, tiveram os mandatos cassados.
A ditadura implantada em 1964 aboliu os partidos do regime democrático restabelecido em 1945-46, inclusive aqueles, como UDN e PSD, que colaboraram para a deposição do presidente constitucional João Goulart, cuja base tinha entre outros o PTB e o PSB.
Durante aquele tempo de trevas, a ditadura descaracterizou o Congresso, impondo cerca de uma centena de cassações de deputados e senadores do MDB. Triturou a Frente Ampla de Jango, Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek.
As ditaduras, do Estado Novo à de 1964-85, mataram militantes que batalhavam pelo direito de existência e expressão de partidos. Eles são mártires da democracia e do país.
A União Nacional dos Estudantes, outro alvo da malta, teve um presidente, Honestino Guimarães, assassinado pela ditadura. A ditadura que matou e sumiu com o corpo do líder estudantil, em 1973, impedia a livre organização partidária. Trucidava quem queria se organizar.
Essa mesma ditadura sofreu uma derrota dura com a formação da CUT, em 1983. As outras centrais sindicais são igualmente legais e legítimas, simpatizemos ou não com elas. Em 1979, o operário Santo Dias foi assassinado com um tiro da polícia. É a memória de gente como ele que é insultada quando fascistoides proíbem os sindicalistas de se manifestar. Como no Rio, rasgando seus panfletos.
É impressionante que certos analistas políticos vibrem com a pancadaria contra bandeiras partidárias, mas não apresentem uma só restrição às ações neonazistas. Impressiona, mas não surpreende: eles apoiaram a ditadura, a intolerância está em seu DNA.
Condenável é partido aparelhar movimentos e protestos, impondo sua agenda particular às reivindicações coletivas. Isso é partidarismo. Mas a presença de agremiações políticas é uma tradição democrática, e muito o Brasil deve a elas. Esqueceram que na Campanha das Diretas (1984) e no Fora, Collor (92) as bandeiras tremulavam nos comícios? Nos palanques, uniam-se dirigentes de partidos para todos os gostos e muita gente que não ia com a cara deles, mas estava unida para melhorar o Brasil.
Os que aplaudem a massa reprimindo militantes, tendo na “vanguarda” neonazistas, têm partido, sim: o Partido da Intolerância, o Partido do Ódio. Já vimos esse filme.
Os provocadores que espalham a baderna, fração ultraminoritária das manifestações, não são os militantes partidários, mas os skinheads, alguns ditos punks e outros ditos anarquistas, que de anarquistas nada têm. Os militantes partidários não promoveram vandalismo, mas foram alvo deles _tomar, rasgar e queimar bandeira é ato de vândalo.
Os protestos em curso, que arrancaram bravamente a redução das tarifas dos transportes públicos, exibem algumas características novas. Uma delas é que reúnem no mesmo evento quem, em 1964, participaria da Marcha da Família, de direita, e em 1968, da passeata dos 100 Mil, dirigida pela esquerda, contra a ditadura. Daí que o ódio dos neonazistas encontre ressonância.
Quem não tem legitimidade para participar dos atos são essas facções que ontem agrediram os militantes políticos, sindicais, estudantis e sociais. São os herdeiros da Ação Integralista Brasileira, a tradução tupiniquim para o nazismo de Hitler e o fascismo de Mussolini, na década de 1930.
É legítimo amar e odiar os agredidos de ontem. Nada mais natural do que achar que um e outro são oportunistas _o que não falta no mundo é oportunista. Mas quem não gosta de partido é ditadura.

terça-feira, 11 de junho de 2013

BOLSA FAMÍLIA ENFRAQUECE O CORONELISMO

Bolsa Família enfraquece o coronelismo e rompe cultura da resignação, diz socióloga

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ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO
Dez anos após sua implantação, o Bolsa Família mudou a vida nos rincões mais pobres do país: o tradicional coronelismo perde força e a arraigada cultura da resignação está sendo abalada.
A conclusão é da socióloga Walquiria Leão Rego, 67, que escreveu, com o filósofo italiano Alessandro Pinzani, "Vozes do Bolsa Família" (Editora Unesp, 248 págs., R$ 36). O livro será lançado hoje, às 19h, na Livraria da Vila do shopping Pátio Higienópolis. No local, haverá um debate mediado por Jézio Gutierre com a participação do cientista político André Singer e da socióloga Amélia Cohn.
Senado convida presidente da Caixa para explicar boato do Bolsa Família
Durante cinco anos, entre 2006 e 2011, a dupla realizou entrevistas com os beneficiários do Bolsa Família e percorreu lugares como o Vale do Jequitinhonha (MG), o sertão alagoano, o interior do Maranhão, Piauí e Recife. Queriam investigar o "poder liberatório do dinheiro" provocado pelo programa.
Aproveitando férias e folgas, eles pagaram do próprio bolso os custos das viagens. Sem se preocupar com estatística, a pesquisa foi qualitativa e baseada em entrevistas abertas.
Professora de teoria da cidadania na Unicamp, Rego defende que o Bolsa Família "é o início de uma democratização real" do país. Nesta entrevista, ela fala dos boatos que sacudiram o programa recentemente e dos preconceitos que cercam a iniciativa: "Nossa elite é muito cruel", afirma.

Karime Xavier-31.mai.13/Folhapress
Socióloga Walquiria Leão Rego, uma das autoras do livro sobre o Bolsa Família, que será lançado hoje, às 19h, na Livraria da Vila, em SP
Walquiria Leão Rego, uma das autoras do livro sobre o Bolsa Família, que será lançado hoje, às 19h, na Livraria da Vila, em SP
Folha - Como explicar o pânico recente no Bolsa Família? Qual o impacto do programa nas regiões onde a sra. pesquisou?
Walquiria Leão Rego - Enorme. Basta ver que um boato fez correr um milhão de pessoas. Isso se espalha pelos radialistas de interior. Elas [as pessoas] são muito frágeis. Certamente entraram em absoluto desespero. Poderia ter gerado coisas até mais violentas. Foi de uma crueldade desmesurada. Foi espalhado o pânico entre pessoas que não têm defesa. Uma coisa foi a medida administrativa da CEF (Caixa Econômica Federal). Outra coisa é o que a policia tem que descobrir: onde começou o boato. Fiquei estupefata. Quem fez isso não tem nem compaixão. Nossa elite é muito cruel. Não estou dizendo que foi a elite, porque seria uma leviandade.
Como assim?
Tem uma crueldade no modo como as pessoas falam dos pobres. Daí aparecem os adolescentes que esfaqueiam mendigos e queimam índios. Há uma crueldade social, uma sociedade com desigualdades tão profundas e tão antigas. Não se olha o outro como um concidadão, mas como se fosse uma espécie de sub-humanidade. Certamente essa crueldade vem da escravidão. Nenhum país tem mais de três séculos de escravidão impunemente.
Qual o impacto do Bolsa Família nas relações familiares?
Ocorreram transformações nelas mesmas. De repente se ganha uma certa dignidade na vida, algo que nunca se teve, que é a regularidade de uma renda. Se ganha uma segurança maior e respeitabilidade. Houve também um impacto econômico e comercial muito grande. Elas são boas pagadoras e aprenderam a gerir o dinheiro após dez anos de experiência. Não acho que resolveu o problema. Mas é o início de uma democratização real, da democratização da democracia brasileira. É inaceitável uma pessoa se considerar um democrata e achar que não tenha nada a ver com um concidadão que esteja ali caído na rua. Essa é uma questão pública da maior importância.
O Bolsa Família deveria entrar na Constituição?
A constitucionalização do Bolsa Família precisava ser feita urgentemente. E a renda tem que ser maior. Esse é um programa barato, 0,5% do PIB. Acho, também, que as pessoas têm direito à renda básica. Tem que ser uma política de Estado, que nenhum governo possa dizer que não tem mais recurso. Mas qualquer política distributiva mexe com interesses poderosos.
A sra. poderia explicar melhor?
Isso é histórico. A elite brasileira acha que o Estado é para ela, que não pode ter esse negócio de dar dinheiro para pobre. Além de o Bolsa Família entrar na Constituição, é preciso ter outras políticas complementares, políticas culturais específicas. É preciso ter uma escola pensada para aquela população. É preciso ter outra televisão, pois essa é a pior possível, não ajuda a desfazer preconceitos. É preciso organizar um conjunto de políticas articuladas para formar cidadãos.
A sra. quer dizer que a ascensão é só de consumidores?
As pessoas quando saem desse nível de pobreza não se transformam só em consumidores. A gente se engana. Uma pesquisadora sobre o programa Luz para Todos, no Vale do Jequitinhonha, perguntou para um senhor o que mais o tinha impactado com a chegada da luz. A pesquisadora, com seu preconceito de classe média, já estava pronta para escrever: fui comprar uma televisão. Mas o senhor disse: 'A coisa que mais me impactou foi ver pela primeira vez o rosto dos meus filhos dormindo; eu nunca tinha visto'. Essa delicadeza... a gente se surpreende muito.
O que a surpreendeu na sua pesquisa?
Quando vi a alegria que sentiam de poder partilhar uma comida que era deles, que não tinha sido pedida. Não tinham passado pela humilhação de pedi-la; foram lá e compraram. Crianças que comeram macarrão com salsicha pela primeira vez. É muito preconceituoso dizer que só querem consumir. A distância entre nós é tão grande que a gente não pode imaginar. A carência lá é tão absurda. Aprendi que pode ser uma grande experiência tomar água gelada.
Li que a sra. teria apurado que o Bolsa Família, ao tornar as mulheres mais independentes, estava provocando separações, uma revolução feminina. Mas não encontrei isso no livro. O que é fato?
É só conhecer um pouco o país para saber que não poderia haver entre essas mulheres uma revolução feminista. É difícil para elas mudar as relações conjugais. Elas são mais autônomas com a Bolsa? São. Elas nunca tiveram dinheiro e passaram a ter, são titulares do cartão, têm a senha. Elas têm uma moralidade muito forte: compram primeiro a comida para as crianças. Depois, se sobrar, compram colchão, televisão. É ainda muito difícil falar da vida pessoal. Uma ou outra me disse que tinha vontade de se separar. Há o problema de alcoolismo. Esses processos no Brasil são muito longos. Em São Paulo é comum a separação; no sertão é incomum. A família em muitos lugares é ampliada, com sogra, mãe, cunhado vivendo muito próximos. Essa realidade não se desfaz.
Mas há indícios de mudança?
Indícios, sim. Certamente elas estão falando mais nesse assunto. Em 2006, não queriam falar de sentimentos privados. Em 2011, num povoado no sertão de Alagoas, me disseram que tinha havido cinco casos de separação. Perguntei as razões. Uma me disse: 'Aquela se apaixonou pelo marido da vizinha'. Perguntei para outra. Ela disse: 'Pensando bem, acho que a bolsa nos dá mais coragem'. Disso daí deduzir que há um movimento feminista, meu deus do céu, é quase cruel. Não sei se dá para fazer essa relação tão automática do Bolsa com a transformação delas em mulheres mais independentes. Certamente são mais independentes, como qualquer pessoa que não tinha nada e passa a ter uma renda. Um homem também. Mas há censuras internas, tem a religião. As coisas são muito mais espessas do que a gente imagina.
O machismo é muito forte?
Sim. E também dentro delas. Se o machismo é muito percebido em São Paulo, imagina quando no chamado Brasil profundo. Lá, os padrões familiares são muito rígidos. É comum se ouvir que a mulher saiu da escola porque o pai disse que ela não precisava aprender. Elas se casam muito cedo. Agora, como prevê a sociologia do dinheiro, elas estão muito contentes pela regularidade, pela estabilidade, pelo fato de poderem planejar minimamente a vida. Mas eu não avançaria numa hipótese de revolução sexual.
O Bolsa Família mexeu com o coronelismo?
Sim, enfraqueceu o coronelismo. O dinheiro vem no nome dela, com uma senha dela e é ela que vai ao banco; não tem que pedir para ninguém. É muito diferente se o governo entregasse o dinheiro ao prefeito. Num programa que envolve 54 milhões de pessoas, alguma coisa de vez em quando [acontece]. Mas a fraude é quase zero. O cadastro único é muito bem feito. Foi uma ação de Estado que enfraqueceu o coronelismo. Elas aprenderam a usar o 0800 e vão para o telefone público ligar para reclamar. Essa ideia de que é uma massa passiva de imbecis que não reagem é preconceito puro.
E a questão eleitoral?
O coronel perdeu peso porque ela adquiriu uma liberdade que não tinha. Não precisa ir ao prefeito. Pode pedir uma rua melhor, mas não comida, que era por ai que o coronelismo funcionava. Há resíduos culturais. Ela pode votar no prefeito da família tal, mas para presidente da República, não.
Esses votos são do Lula?
São. Até 2011, quando terminei a pesquisa, eram. Quando me perguntam por que Lula tem essa força, respondo: nunca paramos para estudar o peso da fala testemunhal. Todos sabem que ele passou fome, que é um homem do povo e que sabe o que é pobreza. A figura dele é muito forte. O lado ruim é que seja muito personalizado. Mas, também, existe uma identidade partidária, uma capilaridade do PT.
Há um argumento que diz que o Bolsa Família é como uma droga que torna o lulismo imbatível nas urnas. O que a sra. acha?
Isso é preconceito. A elite brasileira ignora o seu país e vai ficando dura, insensível. Sente aquele povo como sendo uma sub-humanidade. Imaginam que essas pessoas são idiotas. Por R$ 5 por mês eles compram uma parabólica usada. Cheguei uma vez numa casa e eles estavam vendo TV Senado. Perguntei o motivo. A resposta: 'A gente gosta porque tem alguma coisa para aprender'.
No livro a sra. cita muitos casos de mulheres que fizeram laqueadura. Como é isso?
O SUS (Sistema Único de Saúde) está fazendo a pedido delas. É o sonho maior. Aliás, outro preconceito é dizer que elas vão se encher de filhos para aumentar o Bolsa Família. É supor que sejam imbecis. O grande sonho é tomar a pílula ou fazer laqueadura.
A sra. afirma que é preconceito dizer que as pessoas vão para o Bolsa Família para não trabalhar. Por quê?
Nessas regiões não há emprego. Eles são chamados ocasionalmente para, por exemplo, colher feijão. É um trabalho sem nenhum direito e ganham menos que no Bolsa Família. Não há fábricas; só se vê terra cercada, com muitos eucaliptos. Os homens do Vale do Jequitinhonha vêm trabalhar aqui por salários aviltantes. Um fazendeiro disse para o meu marido que não conseguia mais homens para trabalhar por causa do Bolsa Família. Mas ele pagava R$ 20 por semana! O cara quer escravo. Paga uma miséria por um trabalho duro de 12, 16 horas, não assina carteira, é autoritário, e acha que as pessoas têm que se submeter a isso. E dizem que receber dinheiro do Estado é uma vergonha.
Há vontade de deixar o Bolsa Família?
Elas gostariam de ter emprego, salário, carteira assinada, férias, direitos. Há também uma pressão social. Ouvem dizer que estão acomodadas. Uma pesquisa feita em Itaboraí, no Rio de Janeiro, diz que lá elas têm vergonha de ter o cartão. São vistas como pobres coitadas que dependem do governo para viver, que são incapazes, vagabundas. Como em "Ralé", de Máximo Gorki, os pobres repetem a ideologia da elite. A miséria é muito dura.
A sra. escreve que o Bolsa Família é o inicio da superação da cultura de resignação? Será?
A cultura da resignação foi muito estudada e é tema da literatura: Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego. Ela tem componente religioso: 'Deus quis assim'. E mescla elementos culturais: a espera da chuva, as promessas. Essa cultura da resignação foi rompida pelo Bolsa Família: a vida pode ser diferente, não é uma repetição. É a hipótese que eu levanto. Aparece uma coisa nova: é possível e é bom ter uma renda regular. É possível ter outra vida, não preciso ver meus filhos morrerem de fome, como minha mãe e minha vó viam. Esse sentimento de que o Brasil está vivendo uma coisa nova é muito real. Hoje se encontram negras médicas, dentistas, por causa do ProUni (Universidade para Todos). Depois de dez anos, o Bolsa Família tem mostrado que é possível melhorar de vida, aprender coisas novas. Não tem mais o 'Fabiano' [personagem de "Vidas Secas"], a vida não é tão seca mais.
"VOZES DO BOLSA FAMÍLIA"
AUTOR Walquiria Leão Rego e Alessandro Pinzani
EDITORA Editora Unesp
QUANTO R$ 36 (248 págs.)
LANÇAMENTO hoje, às 19h, na Livraria da Vila - Shopping Higienópolis (av. Higienópolis, 618; tel. 0/xx/11/3660-0230)
+ Canais

COMENTÁRIO DE HOJE 11/06/2013

DEIXA ESSES COITADOS FALAREM, SÓ FALAM ISSO PORQUE NÃO TEM CONHECIMENTO NENHUM SOBRE O ASSUNTO.TEMOS TODOS OS ARGUMENTOS NECESSÁRIO PARA PROVAR QUE FOI O GOVERNO DO ESTADO QUE FEZ, BASTA PUBLICA A LICITAÇÃO FEITA PELO GOVERNO DO ESTADO, ONDE MOSTRA QUANTO ELE GASTOU SÓ ASSIM ACREDITARÃO. DÁ-LHE POVO IGNORANTE.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

A RESPOSTA DO COMENTÁRIO 10/06/2013

O cidadão que postou este comentário está totalmente desinformado, a fabrica de cimento é uma demanda de mais de 30 anos para Paripiranga. A fabrica se instalou no município por conta das reservas de calcário e dos incentivos fiscais e infraestrutura do governo do estado. sobre o asfaltamento da cidade lamentável, pois é uma obra do governo do estado da Bahia, quer agradecer, agradeça ao governo Wagner. Não quer reconhecer a ação do governo do estado é melhor ficar calado.

MAIS UM COMENTÁRIO 10/06/2013

Primeiramente quero agradecer, ao nosso grande prefeito George pelo belo trabalho que ele está fazendo na nossa cidade asfaltamento mas principais rua da nossa bela cidade,e pela grande promessa comprida que foi a vinda da fábrica,de cimento que vai gerar cerca 2.3000 emprego direto e indireto para todo a população de Paripiranga,isso mostra o deve cumprindo que o trabalho não pode parar.

domingo, 9 de junho de 2013

COMENTÁRIO

O povo não está cansado pois ele obteve mais votos que na primeira eleição,então se isso fo cansaço e bom de mais.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Sistema de abastecimento de água vai atender 25 mil baianos

O governador Jaques Wagner assina nesta quinta-feira, às 9h, no município de Adustina, a 380 km de Salvador, ordem de serviço para implantação de sistema integrado de abastecimento de água, como parte do programa Águas do Sertão. Serão investidos na obra mais de R$ 18 milhões, beneficiando 25 mil habitantes de 57 localidades, como Heliópolis, Fátima e Paripiranga. A previsão é que a obra seja concluída em oito meses. O sistema de abastecimento de água contará com 380 quilômetros de rede de distribuição, 31 km de adutoras, três reservatórios e mais de cinco mil ligações domiciliares, dentre outras ações.

COMENTÁRIO

Não só agradecer ao Governador como também agradecemos ao Prefeito que com a honestidade dele consegui pagar uma uma grande divida que o município tinha com o INSS essa divida de prefeitos anteriores e o atual fez o pagamento dessa divida e com isso adquirindo a certidão negativa do INSS e podendo receber grandes obras do governo Federal e Estadual. Obrigado msm George Prefeito de Paripiranga

terça-feira, 4 de junho de 2013

GOVERNADOR EM ADUSTINA

Governador lança nesta quinta a 2ª Etapa do Programa Águas do Sertão em Adustina


Foto: Reprodução
Na próxima quinta, 06 de junho, por volta das 9 horas da manhã, o governador da Bahia Jaques Wagner estará visitando o município de Adustina para o lançamento da 2ª etapa do Programa Águas do Sertão.
Confira abaixo o ofício nº 1075/2013 enviado pelo Chefe de Cerimonial do governador ao prefeito de Adustina confirmando a vinda de Wagner:
(Por: Elton Pinho / Adustina.Net / Doc. enviado pela assessoria da pref.)

RECADASTRAMENTO BIOMÉTRICO

Recadastramento Biométrico de Adustina e Paripiranga começa em julho


O recadastramento biométrico do municípios de Adustina e Paripiranga que  iniciaria nesta segunda, 3 de junho, foi transferido para o mês de julho.
O Juiz Eleitoral da 52.ª Zona, Dr.º André Andrade Vieira, em reunião realizada com representantes de ambos municípios, decidiu que todos os eleitores dos municípios de Adustina e Paripiranga deverão comparecer ao Cartório Eleitoral da Comarca de Paripiranga/BA, para fazer o recadastramento eleitoral, para tanto deverão levar o título de eleitor; um documento original de identificação (RG, certidão de nascimento, certidão de casamento) e um comprovante de residência.
O eleitorado de Adustina (11.918 – dados das eleições de 2012) será atendido todas as quartas, quintas e sextas-feiras, das 8 às 12 horas e das 14 às 17:30 horas. Já os Paripiranguenses (24.323 – também dados das eleições de 2012), serão atendidos nas segundas, terças e sextas-feiras, no mesmo horário.
Fórum da Comarca de Paripiranga
No ato do recadastramento serão tiradas as digitais de cada eleitor recadastrado bem como será tirada uma foto do mesmo, para que esta possa ser inserida no banco de dados da Justiça Eleitoral.
Por meio dessa tecnologia, nas próximas eleições, já no ano que vem, o mesário identificará o eleitor após comparar as suas impressões digitais com as digitais previamente cadastradas no banco de dados da Justiça Eleitoral e inseridas na urna eletrônica. Além de praticamente eliminar a intervenção humana nas eleições, outra grande vantagem da tecnologia da biometria é impedir qualquer tipo de falha no momento da votação. Dessa forma, a Justiça Eleitoral avança no sentido de eliminar a possibilidade de fraude no processo eleitoral.
Na última reunião, esta realizada no Tribunal Regional Eleitoral, segundo o Procurador Jurídico do Município de Adustina; o TRE informou que na Bahia serão 37 municípios que adotarão esta nova tecnologia já para as próximas eleições, e que a meta do Tribunal Superior Eleitoral é que nas eleições municipais de 2016 este sistema de votação esteja implantado em quase todo o território nacional.
(Por: Elton Pinho / Adustina.Net)

GOVERNO DA BAHIA TRABALHANDO EM TODA PARIPIRANGA

Pavimentação asfáltica beneficia população de Paripiranga/BA



Paripiranga, distante a 324 km da capital, terra da agricultura, o nosso forte é o milho, feijão e abóbora, vem desenvolvendo no seu dia-a-dia e o Governo do Estado, reconhecendo este crescimento, traz para o município mais ações, entre elas, a pavimentação das principais vias da cidade. 

Operários do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (DERBA) estão a todo vapor para melhorar ainda mais o aspecto físico da cidade, realizando a pavimentação asfáltica do Largo Dois de Julho, da Rua Braz do Amaral e da Praça da Matriz.
 
Todas as principais ruas receberão pavimentação asfáltica de primeira qualidade, para a melhoria da infraestrutura da cidade. 

Os munícipes reconhecem que o Governo do Estado tem feito a sua parte, melhorando a vida das pessoas e desenvolvendo ainda mais a região da divisa. 

Por: Nando Moreno, Jornalista e Radialista – DRT 1134/SE

sábado, 1 de junho de 2013

ADUSTINA RECEBERÁ O GOVERNADOR WAGNER NESTA QUARTA

Governador Wagner estará nesta quarta-feira dia 06 de Junho as nove horas da manhã em Adustina lançando a segunda etapa do Projeto Tucano que atendera também Paripiranga e Principalmente a Zona Rural de todo o município de Conceição de Campinas ao Maritá é mais um pedido da Deputada Fátima Nunes atendido pelo Governador valorizando seu mandato e atendendo suas promessas de campanha.

COMENTÁRIO SOBRE CONCEIÇÃO DE CAMPINAS

O PREFEITO GEORGE NÃO APENAS DEIXA DE IR A CONCEIÇÃO DE CAMPINAS, MAS DEIXA DE CUMPRIR COM O SEU PAPEL COM AQUELE DISTRITO, ASA RUAS ESTÃO ABANDONADAS, SEM ILUMINAÇÃO PÚBLICA, É O DISTRITO MAIS ESCURO DO ESTADO DA BAHIA E DO BRASIL, OLHE QUE COM O GOVERNO LULA E DILMA FORAM COLOCADAS MUITAS REDES DE ENERGIA ELÉTRICA, MAS O PAPEL DO PREFEITO DE GARANTIR ILUMINAÇÃO PÚBLICA ESTA LONGE DE SER CUMPRIDO. OLHE QUE O POVO PAGA PELA CONTA DA ENERGIA PÚBLICA DO MUNICÍPIO SEM USAR. OU PREFEITO TEM CONSIDERAÇÃO PELO POVO, NA SUA CASA VC VIVE NO ESCURO?? E SUA RUA ESTÁ NO ESCURO, TENHA UM POUCO DE RESPEITO PELO POVO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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